Seis estruturas de priorização de produtos e como escolher a correta

Alcance ("reach"), impacto, confiança e esforço (RICE) são os quatro fatores usados para avaliar uma ideia de produto:

• Alcance: identifique o número de pessoas ou eventos ao longo do tempo, como transações por trimestre ou conversões por mês.
• Impacto: verifique se uma ideia atinge as metas da empresa ou atende às necessidades do cliente.
• Confiança: meça o nível de confiança da equipe na execução de ideias com uma escala percentual de alta (100%), média (80%) e baixa (50%).

• Esforço: calcule o tempo que a equipe vai levar para executar a ideia.

Você pode usar o método RICE no Jira Product Discovery, uma ferramenta de priorização e roteiros para equipes de produto. Como gerente de projetos, você vai poder avaliar o impacto dos projetos com facilidade.

A estrutura RICE permite que os gerentes de produto avaliem se os itens são viáveis. Os dados coletados desse cálculo ajudam a justificar as decisões das partes interessadas.

A RICE pode ser demorada e complicada, ainda mais se vários itens exigirem dados e validação de várias fontes. As maneiras para determinar cada fator de avaliação podem mudar, tornando esse método subjetivo, inconsistente e até mesmo enganoso.

O Modelo Kano é uma estrutura de priorização baseada na satisfação do cliente. O pesquisador Noriaki Kano desenvolveu o modelo para ajudar gerentes de produto a priorizar funções e atualizações com base nas necessidades do cliente. Ele tem três partes:

• Funções básicas: os clientes esperam essas funções essenciais no desempenho do produto, como a capacidade de compartilhar uma publicação em uma rede social.
• Funções de desempenho: essas funções aumentam a satisfação do cliente, como tempos de carregamento mais rápidos, tornando o produto mais agradável de usar.

• Atrativos: funções inesperadas deixam os clientes felizes. Mensagens divertidas no app ou a possibilidade de usar GIFs em publicações são exemplos de atrativos.

O modelo Kano evita que uma equipe crie funções que não agradem aos clientes. Também identifica áreas em que o produto pode precisar ser aprimorado. O aumento do engajamento e da satisfação do cliente é a vantagem mais significativa desse método, pois ele coloca as necessidades do cliente em primeiro lugar.

O modelo é bastante quantitativo e pode ser demorado por precisar de muita pesquisa e análise de dados. Também pode ser um processo muito manual com o uso de pesquisas. Ferramentas como o Jira Product Discovery podem ajudar você a agregar, processar e gerenciar os dados necessários.

O Método MoSCoW é um processo de quatro etapas para priorizar os requisitos do produto em relação ao retorno sobre o investimento (ROI). Significa "precisa ter" ("must have"), "deveria ter" ("should have"), "poderia ter" ("could have") e "não vai ter" ("will not have"). Aplique esse método em toda a empresa para ajudar a estruturar discussões sobre o que vai aumentar a receita.

Veja a explicação do modelo:

• Precisa ter (M): requisitos necessários para o sucesso do projeto.
• Deveria ter (S): requisitos importantes para o projeto, mas não necessários.
• Poderia ter (C): requisitos recomendáveis, mas que não têm tanto impacto quanto os outros.

• Não vai ter (W): esses requisitos não são prioridade para o projeto.

O MoSCoW é fácil de implementar e pôr em prática. Ele ajuda gerentes de projeto a resolver conflitos com as partes interessadas. Esse método também garante que a equipe crie um produto mínimo viável (MVP). Ele também ajuda a priorizar o roteiro do produto (comece com este template de roteiro de produto).

A falta de clareza nos requisitos "não vai ter" é uma falha no método, em especial sobre se eles devem fazer parte do backlog. Os critérios para "precisa ter" ou "deveria ter" também podem ser difíceis de determinar. Se não houver consenso entre as partes interessadas, a priorização se torna ineficaz e subjetiva.

Valor x efeito, ou a matriz valor x esforço, prioriza as funções com base no valor provável e no esforço necessário para que sejam implementadas. É uma matriz 2x2 que mede o valor em um eixo e o esforço em outro e ajuda no processo de tomada de decisão.

Para determinar o valor, considere como ele afeta os usuários e os resultados financeiros. O esforço é a complexidade da implementação. O Jira Product Discovery acompanha os pontos problemáticos do cliente e as ideias de produtos, que a equipe pode usar para criar uma matriz de valor x esforço. Você pode usar as classificações de esforço para determinar quanto trabalho uma ideia exige.

Você pode usar uma matriz de priorização em que o eixo vertical mede o valor (baixo a alto). O eixo horizontal mede o esforço (baixo a alto). Em seguida, é dividido em quatro quadrantes:

• Fazer primeiro (quadrante superior direito): alto valor, pouco esforço e garantia de vitória rápida.
• Ser o segundo a fazer (quadrante superior esquerdo): alto valor, alto esforço.
• Fazer por último (quadrante inferior direito): baixo valor, baixo esforço. É melhor esperar o valor aumentar antes de lidar com isso.

• Evitar (quadrante inferior esquerdo): baixo valor, alto esforço. Não vale o tempo da equipe.

Essa estrutura não envolve cálculos complicados, o que facilita as decisões. A estrutura é clara e permite que a equipe se concentre nas tarefas de valor para o cliente. Por ser visual, a equipe vê com rapidez quais tarefas agregam alto valor com o menor esforço.

Os valores podem ser imprecisos com esse método, que se baseia, antes de tudo, no instinto. Também é assim com as estimativas: a equipe pode pensar que tem mais recursos do que tem de fato. Outra desvantagem é o tamanho do esforço, que varia de equipe para equipe e dificulta o planejamento com equipes multifuncionais que tenham recursos diferentes.

A pontuação de oportunidades identifica funções que são importantes para os clientes, mas têm baixo desempenho. Os clientes avaliam a importância e a satisfação com a função.

Use o algoritmo de oportunidade para calcular a pontuação em uma escala de cinco ou dez pontos. Essa equação vai além da análise normal de lacunas, dando duas vezes mais peso às pontuações de importância do que às pontuações de satisfação.

Aqui está a equação ponderada:

Importância + Máx. (Importância - Satisfação, 0) = Oportunidade

Aqui está a fórmula do algoritmo de oportunidade, em que os clientes usam de 1 a 10 para quantificar a importância e a satisfação de um resultado:

Importância + (Importância - Satisfação) = Oportunidade

Funções com alta importância, mas baixa satisfação, são uma oportunidade de melhoria. A pontuação de oportunidades é ótima para a revisão de tarefas, o que você pode fazer no Jira Software. Bônus: o Jira Software tem integração nativa com o Jira Product Discovery, para que todos possam trabalhar na mesma plataforma durante todo o processo.

O ROI supera os custos de desenvolvimento. Assim, um gerente de projeto pode identificar oportunidades acessíveis em relação à satisfação do cliente, ajudando as equipes a serem mais estratégicas na alocação de recursos.

Os modelos de pontuação não são perfeitos. Eles nem sempre funcionam para todas as situações porque dão apenas uma visão limitada do escopo de cada ideia. A pontuação pode ser rígida, em especial ao quantificar um conceito abstrato. Mas, sobretudo, a pontuação não pode prever como o mercado vai responder a qualquer mudança no produto.

O custo do atraso é outro cálculo que prioriza projetos com base no valor econômico que eles têm. Esse método determina os custos contínuos resultantes do adiamento de itens no backlog.

Para calcular:

• Estime o ROI de um novo projeto em receita por unidade de tempo (receita mensal recorrente, por exemplo).
• Estime o tempo necessário para implementar o projeto.

• Divida o número do lucro pela estimativa de tempo.

O número final é o custo para a empresa por não prosseguir com o projeto.

Usar o método de custo de atraso gerar estimativas de valor e custo mais precisas, porque ele não se concentra em motivos negativos para o adiamento. Saber o que tem melhor ROI também alivia a carga da alocação de recursos.

Se um gerente subestimar o tamanho do projeto, os cálculos podem ser imprecisos. Os requisitos de tempo estimados também podem estar incorretos.

A escolha da estrutura de priorização adequada para uma equipe depende de vários fatores. Considere as metas do projeto, a complexidade do produto, a experiência da equipe e os dados disponíveis.

Por exemplo, se o projeto visa melhorar a satisfação do cliente, a pontuação de oportunidades pode funcionar bem. Mas se a equipe for um tanto nova e ainda estiver desenvolvendo habilidades, valor x esforço pode ser uma escolha melhor.

Seja qual for a estrutura escolhida, o Jira Product Discovery ajuda a priorizar projetos e apresentar roteiros de projetos. Ele auxilia você a reunir e organizar ideias, oportunidades, funções e soluções de produtos em uma ferramenta centralizada. O JPD tem até um template de roteiro de produto e um template de requisitos de produto para você começar.

Com o Jira Product Discovery, você vai estruturar a gestão de produtos. E isso vai manter a equipe e as partes interessadas alinhadas às metas estratégicas. Você também pode conectar com facilidade as ideias aos epics no Jira Software, o que facilita a disponibilização do contexto e da visibilidade do projeto, desde a descoberta até a entrega.

As estruturas de priorização ajudam você e a equipe a determinar o que fazer a seguir. Para isso, você precisa seguir algumas etapas gerais:

• Identificar tarefas: identifique e priorize tarefas com base em alguns critérios, como valor para o cliente e necessidades da empresa.
• Definir critérios: esses critérios vão ajudar você a determinar quais tarefas são viáveis.
• Atribuir pontuações: a pontuação revela funções que têm baixo desempenho, mas são necessárias para os clientes.

• Classificar itens: a classificação permite que você ordene tarefas com base na urgência e no maior impacto.

Tudo isso facilita a decisão de quais tarefas a equipe deve fazer.

A equipe deve revisar as prioridades com frequência. O ritmo dessa revisão depende das necessidades da equipe. Você também deve reavaliar a estrutura de priorização se os objetivos da empresa mudarem. Uma estrutura diferente pode funcionar melhor do que a que você está usando.

As estruturas de priorização são ótimas para deixar todos em sintonia. Você e a equipe podem trabalhar com as partes interessadas para esclarecer metas. Você também pode usar estruturas de priorização para tomar decisões mais informadas sobre quais tarefas priorizar.